Novo dia
Acordei e quando me vi no espelho, eu era a bola a ser chutada de um escanteio.
Levantei, ou melhor, comecei a rolar para o meio de campo e como em um canto ouvi o som do meu celular, jazz??? Blues???Bossa???
Sinos! Me alertando a hora da partida ou a da entrada para mais um dia de trabalho árduo.
Sorrindo como de costume, meus bons dia eram sempre com olhar brilhante e íntegros aos pequenos seres do meu mundo mágico. Eles a razão do meu levantar, do meu respirar fundo, do meu próximo gol.
E passando o dia, a chuva que caia e molhava o vidro da janela do meu quarto me fazendo penetrar em cada goticula que escorria... Via como um múltiplo de mim, enxergava me em cada uma delas... Se desfazendo, e desenhando, e batendo forte sobre o vidro as outras tantas gotas... O barulho da paz em um quarto só meu.
Eu, meu insenço meus livros e agora Mallu e Maria no som.
Um vinho bom e ele em formas de ondas e energia, me mostrando no velho que eu era nova, no mar que eu era a onda e na onda que ele ia me levar.
Mesmo sem sol, minha mente brilhava na ideia de poder surfar mar a fora...
Navegar, cruzar mares na certeza incerta de poder viver sonhos, conquistar novos títulos e chegar a Vitoria eu não mais sendo a bola, mas chutando pro gol.