HÁBITO

HÁBITO

O sorriso desaparecido, perdido sabe-se lá onde, não moldura mais sua boca, apenas um muxoxo vê-se agora, nada mais tem graça, sabe-se lá porque, os porquês pouco importam, são uma soma de tantos momentos, seriam sofrimentos, ou quem sabe decepções, talvez a extensa rotina, a falta de aventura, o desaparecer da ventura, a paixão morta, o amor morno, a falta de assunto, o mergulhar no livro, a procura da fantasia de outros, a perda de sentidos, a frieza dos bons dias e noites, o despertar nas manhãs de ontens, o fim já visto e revisto da vida em comum, que se arrasta até qualquer dia, até que a morte os separe.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 09/09/2017
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