Napoleão e o Objeto Não Identificado

Napoleão deitava na cama da humana com quem morava como de costume. Mas apesar de estar em conforto, não conseguia relaxar. A humana havia saído há algum tempo, e até agora não voltara. Talvez tivesse finalmente abandonado Napoleão. Ele sabia que esse dia chegaria, mas não sabia que seria tão cedo. Seu pote de ração e de água ainda estavam cheios, mas por quanto tempo? E como saber se aquela comida ainda estava fresca? Se não visse a comida sendo colocada na sua frente, não poderia ter certeza.

Após andar apreensivo pela casa pelo que pareceu horas, ouviu um som na porta. Era a humana entrando. Napoleão imediatamente se dirigiu para próximo a ela e começou a miar, se esfregando em suas pernas.

- Miaau Miau. – “Como você pode me deixar aqui sozinho tanto tempo? Queria me matar!?”, falou Napoleão.

- Calma, calma, eu também te amo. – Respondeu a humana. – Só fiquei fora por 3 horas. E olha o que eu trouxe para você.

Ela retira algo misterioso da bolsa e o coloca em frente a Napoleão.

A princípio, parecia uma espécie de animal pequeno. Mas depois de inspecioná-lo cuidadosamente com sua pata, Napoleão percebeu que era diferente de um animal normal. E fazia um som misterioso ao ser apertado.

Não importava o quanto o esmagasse, o chutasse ou o mordesse, a coisa não se mexia. Apenas reagia fazendo um som curto e agudo. Napoleão não entendia qual era o plano da coisa, mas não deixaria que simplesmente fizesse o que quisesse aqui. Fez questão de exercer sua dominância perante a coisa, a mexendo de um lado para o outro, por fim colocando-a debaixo de sua pata. Quando a coisa parou de fazer sons, Napoleão perdeu interesse. Claramente era um covarde que se fazia de morto. Não merecia sua atenção.

- Já cansou? Tem outra coisa aqui, também, olha. – A humana tirou um objeto pequeno e fino da bolsa. Apontou-o para a parede, e sua ponta começou a brilhar.

Napoleão não entendera o propósito daquilo. Até o momento que se virou para a parede, onde viu um inimigo novo. Era apenas uma pequena criatura brilhante na parede. Do jeito que se mexia, claramente estava se exibindo e desafiando Napoleão. Este que não perdeu tempo. Ao ver a criatura se mexendo, saltou com força até a parede, e com rapidez prendeu-a com ambas as patas dianteiras. Foi uma vitória rápida e eficaz.

- Haha. – A humana deu uma risada.

Entretanto, quando Napoleão olhou novamente para a parede, a criatura não estava mais entre suas patas. Estava em outra região da parede, se mexendo e zombando dele novamente. Mas com um rápido movimento, Napoleão se jogou e o alcançou novamente, o pegando com suas patas. Mostraria para essa criatura quem era que manda.

Porém, para sua surpresa, a criatura não mais estava entre suas patas quando deu por si.

Estava em outra parte da parede, se mexendo como se nada tivesse acontecido.

- Miau Miauuu. – “Não deixarei você escapar, demônio”, falou Napoleão, se preparando para o ataque.

- Ok, acho que já chega. – Falou a humana, e de repente, a criatura desapareceu.

Napoleão não entendia como a criatura se movia, mas não a deixaria escapar novamente em uma segunda chance. A humana se moveu para pegar a coisa de antes, e guardou o que trouxe de volta na bolsa.

- Você deve achar melhor brincar com o que já tem, certo? – A humana falou, depois entrou em seu quarto e pegou algo, o jogando em frente a Napoleão.

Era uma bola macia. Que tanto podia ser usada para conforto como para exercícios. Napoleão gostava bastante daquele objeto, e poderia se divertir com ele por horas. Costumava também usá-lo para treinar suas habilidades de caça, e é o que começou a fazer naquele momento.

Nunca saberia quando encontraria aquelas criaturas que viu hoje novamente, e precisaria afiar ainda mais suas habilidades felinas para o próximo confronto. Seja a coisa covarde, a criatura que o zombou, ou qualquer outro desafiante novo que aparecesse, não permitiria que desafiassem sua dominância mais uma vez.

RCS
Enviado por RCS em 20/06/2017
Código do texto: T6032850
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