Dia difícil

Para Eduardo aquele havia sido um dia difícil.

Ouvira muito; fora obrigado a falar muito mais.

À noite as lembranças do dia tornaram-se vozes que em sua cabeça misturavam-se numa cacofonia sem sentido e irritante.

Em casa, altas horas da madrugada, acordou sobressaltado!

Ouvira a voz do chefe lhe cobrando os últimos relatórios sobre sabe-se lá o quê! Não os tinha, ele não os fizera, ele...

Correu os olhos arregalados por toda extensão da cama bagunçada e do quarto. Para seu alívio tudo que havia ali (além da costumeira escrivaninha e o guarda-roupa negro que a meia luz tinha uma aparência imponente) era uma criatura de dois a três metros de altura, cabelos grisalhos e compridos, olhos vermelhos em forma de fenda e com o corpo coberto de espinhos que num tom de voz cacarejante dizia que levaria sua alma.

Deitou-se novamente: Por sorte tinha uma alma para entregar.

Wenderson M
Enviado por Wenderson M em 16/06/2017
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T6029448
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