Gritos Noturnos

Não posso prometer,

Que dormirei contigo esta noite,

Não posso prometer,

Que fecharei meus olhos, quando os teus já estiverem adormecidos.

Não posso prometer,

Que irei interromper os meus pensamentos, quando eles só pensarem em você.

Não posso prometer,

Não te acordar do sono profundo, para interromper os meus gritos e inquietudes noturnas.

Não posso prometer em que noite, ou em que dia eles virão novamente à tona.

Mas eu posso te prometer!

Ficar de vigília, te dar um sono tranquilo.

Com passos suaves, tv baixinha e ou desligada,

Dormir de conchinha só para te aquecer.

Posso também prometer,

Não usar o alarme de o meu despertar,

Luz apagada ao levantar,

E não usar a descarga, só para o barulho não te incomodar.

Posso não dormir mais ao teu lado,

Ou nos finais de semana, ficar sem te ver.

Porém isso! Eu não posso prometer.

Mesmo sabendo da calmaria que iríamos ter.

É um lamento, um sofrimento.

E o resto das noites? O que fazer!

Num trem sem janelas e portas.

Como única passageira desse vagão, eu me vejo.

É uma viagem longa e sem volta,

Gritos e Medos são o que levo nesta bagagem,

É um fardo pesado, sem dia nem hora marcado.

Nele não há despedidas, só chegadas.

Difícil viver, conviver e não levar outros passageiros comigo.