Biscuitim do Rio
Numa época em que as Cestas de Natal o mais próximo de nós a que chegavam era por meio de reclames de rádio, ou dalguma gravura em revista, as bolachinhas Maria eram o supra-sumo da iguaria.
Chegavam-nos episodicamente com o curioso nome de biscoitinho do Rio. Eram como são hoje, na formatação circular ou elíptica, sem predominância duma sobre a outra. Mas para nosso distinto paladar, as redondinhas pareciam oferecer um quê de mais...Creio que essa denominação se criou a partir da procedência de onde eram fabricadas no Brasil, originalmente. Afinal, era o Rio a capital, et cetara e tal.
E embora fosse o pão garantido lá em casa, tanto pelo zelo dos pais, quanto por sua melhor disponibilidade, no mais das vezes era na casa de Vovó que a gente de hábito mais se socorria, com aquela aração que não se sacia...
E que gosto dava, quando a manteiga, que meiga, se disponibilizava para unir um par de bolachas e, premida, pelos buraquinhos breiava nossos nem sempre tão assépticos dedinhos...
Há coisa de dez anos, em missão de cooperação técnica no âmbito da Agência Brasileira de Cooperação, do Itamaraty, fui conhecer como se fabricam as tais Marias, in loco.
O aroma, a princípio aliciante, inebriante, chega a se tornar sufocante. Mas é bom, enquanto crocante. Se do ponto passar, babau. Moleza, não é legal.