Espírito natalino
Era véspera de Natal. D. Iolanda foi visitar sua amiga, Cecília, e seus netinhos. Debaixo do pinheirinho todo decorado, Eduardo estava deitado de bruços. Ora olhava para a árvore, com um ar sonhador - quase romântico - ora escrevia algo num papel pautado.
Enternecida, ela ajoelhou-se ao lado dele.
_Escrevendo para o Papai Noel, querido?
_Eu? Estou passando a limpo um algoritmo que, aplicado aos atuais programas de cálculos avançados, pode reduzir em 15,7% o tempo de resolução de uma equação linear de grau igual ou maior que nove. Tive a idéia vendo as ramificações das folhas desse pinheiro artificial.
D. Iolanda arregalou os olhos. O garotinho balançou a cabeça e comentou, com indulgência:
_Papai Noel... Esses adultos acreditam em cada coisa!