MENINOS SIMPLES

Enquanto o sol se encontra

sob o pino do meio dia...

Os meninos d'aquela roça, sob nado

brincam de barata no remanso do riacho

... Correm sobre areão

e se projeta no ar, para adentrar de bico

na lamina d'água, mergulham e saem

nadando de braçadas fartas.

Lá da casa, a mãe se preocupa com

o café da tarde, frita bolinho de

farinha de trigo na banha de porco,

enquanto ferve água na chaleira de ferro.

O velho fogão de lenha, alimentado

por lascas de gorocaia...

Quebra o silencio com o crepitar das

labaredas, nesse ínterim... É coado o

café, e o cheiro expande, como se fosse

neblina sobre o vale do sossego.

De repente, um chamado... Manuel,

Manuel... Pare de brincar, e venha cá?!

Os bolinhos estão fritos, chame o Zé,

está na hora de tomar café.

Nesse instante os meninos disparam em

filas indiana, e corre para mesa de tabua

forrada com toalha simples, xadrez.

Ao estarem chegando contam, um, dois três

... Chegou a minha vez, e senta primeiro...

O menino mais afoito, frente a uma caneca

esmaltada, ofegante e pronto para tomar café.

Tão logo tomam o café, e saem, ladeira a cima

com suas tabuas de rolamento, e vão disparar

ao vento, cabeça a baixo, sorrindo em seus

sentimentos.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 02/04/2017
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