SURPRESAS, QUE SURPRESAS !

Dona Celestina, mulher humilde, que ficou viúva muito cedo, tendo deixado uma pensão que mal dava para a subsistência, uma vida sofrida e triste, pouco tempo depois que seu filho Anselmo nasceu. O filho, aos dezoito anos era problemático como muitos adolescentes de sua idade e não combinava com sua mãe, logo abandou a residência onde morava e não deu mais notícias. A mãe, na época chorou muito e procurou seu filho por meses sem êxito, ele tinha desaparecido, ela com tormento e sofrimento, rezava toda noite e todo dia, com fé e devoção, pedindo a Deus e a Virgem Maria para o retorno de seu filho para acalmar seu ferido coração.

No dia de seu aniversário, ela como todos os anos anteriores iria comemorar a data sozinha, embora estivesse acostumada com a solidão nesse dia sentiu-se uma grande melancolia, com um aperto no coração, que chegou a soluçar e derramar sentidas lágrimas, pois não sabia onde seu filho se encontrava e ele não dava notícias. À noite sonhara com Anselmo e no seu nítido sonho ele estava bastante mudado, bonito, crescido e sorridente.

Em seguida, sentiu-se animada e se preparava para ir ao açougue e comprar carne para fazer bife acebolado, que ela apreciava muito. E fazia dias que não comia esse precioso alimento e sentia-se muito fraca.

Estava abrindo o portão quando um automóvel modelo camaro amarelo pára em frente a sua casa e desce um homem bem apessoado, usando óculos rayban, roupas e sapatos finos e de longe vem chamando por Dona Celestina e ela não o reconheceu. Era seu filho Anselmo que se lembrava ainda do dia de seu aniversário e veio comemorar com ela. Deu um terno abraço prolongado e entre choros e lágrimas não pronunciavam palavras, só balbuciavam.

Passado esse torpor, ele falou primeiro pedindo perdão à ela pelo tempo que ficou desaparecido e que estava muito arrependido e ela sorrindo disse que ele, seu filho amado, estava perdoado e que era sempre bem vindo a seus braços, braços de uma mãe transbordando de alegria e que agora iriam viver bons e novos tempos. Ele disse que tinha se casado e tinha dois filhos que estavam ansiosos para conhecê-la.

Já dentro da pequena casa o filho percebeu a pobreza que sua mãe vivia e ficou até emocionado e disse a ela:

— Mamãe, se apronte que vamos passear pela cidade, visitar lojas, super- mercados, ir ao cinema e divertiram-se muito. Depois de conhecer toda a cidade, ele a levou à uma linda, casa , nova e espaçosa , pegou nos braços da mãe e foram entrando e ela ficou maravilhada com o luxo da decoração e do mobiliário desse rico imóvel.E sentados num macio sofá disse a ela para fechar os olhos e colocou em suas mãos as chaves dessa rica casa, dizendo:

— Essa casa é sua, mamãe, presente de aniversário, comprei para a senhora e ela com os olhos arregalados começou a chorar, eu sou um homem rico e a senhora também vai ser muito rica. Minha esposa e meus filhos estão escondidos lá nos fundos para uma linda surpresa e novos abraços e choros quando ela conheceu seus dois netos de nove e dez anos, Daniel e Gabriel e a esposa do filho, Selma uma linda mulher, amor e carinho recíprocos. A avó Celestina não se cansava de abraçar os netos, bonitos e educados.

Foram todos para o melhor restaurante da cidade para a comemoração do aniversário de sessenta nos da dona Celestina. Anselmo iria contratar empregadas e dar todo o suporte financeiro à ela, também para que ela não ficasse mais sozinha, daquela data em diante, ele viria ver a mãe a cada mês e muitas vezes levava a mãe à sua casa que passava alguns dias em companhia do filho, da nora e dos netos.

E, agora a família com cinco pessoas iria permanecer unida.

Surpresas e que surpresas, dona Celestina…

Miguel Toledo
Enviado por Miguel Toledo em 27/03/2017
Reeditado em 27/03/2017
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