LUNA

Era uma tarde chuvosa. Quase ninguém passeava pela rua, até mesmo as árvores não demonstravam nenhum ânimo por estarem ali, em um mar de águas que caiam por todo lado. Tudo parecia quase normal e nada demais poderia acontecer naquele dia, nem mesmo trovões poderiam alterar a normalidade daquele dia inutilmente inundado na complexidade de apenas mais um no calendário. Mas Luna não gostava de ficar em casa em dias chuvosos, nem mesmo para tomar um chocolate quente, ler um bom livro ou até mesmo ficar enroladinha..Ela era do tipo que não respeitava nem dia santo, quanto mais dias de chuva. Não encontrava calmaria em dias de silêncio, pra ela, esses eram dias de pertubação da alma, onde se exigia está de frente com si mesma, com seus conflitos internos. Isso exigia muita sensatez.

Ela saia pelas ruas como se fosse uma jornalista procurando por fatos inéditos para depois estampar nas capas de jornais. E Luna sabia muito bem que fatos inéditos não aconteciam em dias movimentados, nem em.noites de baladas. Era no silêncio que se podia encontrar uma alma disposta a salvar o mundo ou destruir a si mesma, eram dias perfeitos para mostrar a uma criança o que seus estragos e desejos fúteis causavam ao mundo de algumas pessoas e que seus excessos tiravam o pouco que algumas pessoas tinham.

Ela corria as ruas como se desesperadamente estivesse fugindo ou tentando encontrar algo que fizesse dela uma desordeira da paz e, de conflituosa vontade de viver