Dandara
A Dandara possuía a bunda mais incrível de todo o Bairro, tomava os homens de delírio e as mulheres de virulenta inveja. Parecia uma algazarra de araras e cacatuas, o cochicho dos vizinhos sobre ela.
Quando a estonteante mulata vinha serpenteando a parte mais vantajosa que Deus lhe dera, todos homens paravam seus afazeres e (alguns outros o ócio) para admirar a tentação que a menina era. Garotos subiam nos muros, abriam frestas entre arbustos e deixavam a bola resvalar pelo chão, ao menor sinal dá ninfa de ébano.
Mas quando chegava em casa danava a chorar, ao ver no espelho que as espinhas se multiplicavam em seu rosto. E dizia no ápice de sua inocência que não sairia de casa por uma semana, pois ninguém a percebia e nem achava bela. Que ironia meu Deus!