Pedro não sabia explicar.
 
Dois momentos.
Um único estímulo.
Entusiasmo e tristeza.
 
* Ele decidiu, naquele dia, limpar o superdesarrumado  AP.
Não só limpar, mas pôr ordem, literalmente falando, na casa.
 
Teve gigantesco trabalho, somou grande lixo, gastou umas cinco ou seis horas no labor que mudou, de forma radical, a aparência do local.
Terminado o serviço, abraçava o indescritível prazer do êxito, a sensação de que era capaz, porém a maior alegria seria mostrar a ela o resultado.
 
Dias antes o abandono e descaso deixaram a moça bem inquieta. Pedro concluiu que precisava reverter tamanha frustração.
Assim ocorreu.
 
* Agora, após tantos projetos sugeridos por ela, Pedro via apenas uma profunda lacuna aumentar, pois as viagens que fariam, idas a destinos combinados, a preocupação com sua saúde, o desejo de estar ao lado, tudo desapareceu.
 
Nenhuma ligação, o forte interesse revelado virou indiferença, diálogos tão deliciosos, quando a saudade os repetia, motivavam questionar se realmente existiram.
A transformação que o rapaz verificava trazia dúvidas, perguntas e um olhar bastante desanimado almejando talvez enxergar a esperança.
 
* Eles estavam celebrando uma velha e bonita amizade.
Contudo hoje as cores da afeição perdem o intenso brilho.
 
Valia a pena entender os motivos? O moço sonhador desistira de sondar ações e reações, percebia que, várias vezes, o outro costuma mergulhar num universo um pouco cruel, deveras frio, muito distante...
 
Reflexões apareceram.
O desencanto dominou.
 
Pedro não soube explicar.
 
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Ilmar
Enviado por Ilmar em 29/01/2017
Reeditado em 29/01/2017
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