Para um escritor iniciante, como está o início deste conto? Avaliem, por favor.
Ela percorria lentamente o trajeto quase diário ao longo daquela pequena porção da rua 45 do José Walter. O silêncio majestoso ao seu redor lhe sugeria a possibilidade de ser a única pessoa naquele caminho estreito e praticamente deserto. Olhava para cima constantemente e percebia que em todos os pontos que sua visão alcançava nuvens escuras e visivelmente densas impossibilitavam a visualização do tom azulado do céu. A brisa gelada que balançava seus cabelos confirmava o que decerto já havia presumido: choveria novamente. Algumas poças de água resultantes da tempestade que abençoara aquela região horas antes se distribuíam em meio aos vestígios do asfalto que existia ali e Dommenike sentia certo bem-estar cada vez que seus pés descalços mergulhavam nelas.
– Ela?! A essa hora do dia? Não pode ser! – Proferiu alguém do interior de uma das muitas casas da rua, bem ao lado de Dommenike, fazendo-a interromper o caminhar repentinamente.
Apostaria seus bens mais valiosos na ideia de que a voz suave, mas preocupada que escutou era de uma pessoa conhecida. “Mas não é possível!”, pensou. As três fofoqueiras mais influentes, confiáveis e experientes do bairro contavam que aquela residência estava abandonada e fechada há cerca de uma década. Na parede frontal, que mantinha contato direto com a rua (não havia portão), uma porta de madeira conservava suas características mais remotas e parecia batalhar contra a horrível aparência da janela grande e desgastada através da qual, acreditava Dommenike, o som da fala conseguiu chegar a seus ouvidos.
– Tem certeza que é ela? – Indaga uma pessoa na casa cuja voz era muito diferente da anterior.