O Rio de Janeiro sumiu de vistas. Nada era mais avistado, senão, o nevoeiro deixado para trás. Ainda na estrada, contara que o sítio fora do irmão de Alice, e quando ele morreu, a família colocou o imóvel à venda. A própria Alice encarregou-se de anunciar  a venda.

 
Vende-se sítio que faz rosto a uma ribeira, onde outrora, passeava a família imperial. No pico, a casinha  oferece  sombra na varanda. O galo manda a  passarada,  alvissareira, trazer a aurora no bico.
 
Ansiosa, levanta cedo e compra o jornal.
— Luís Carlos, lei isto!
— O sítio é bonito assim?
— Muito mais!
—Por que nós mesmos não o compramos?
— Gostaria muito.
— Não te lembras da ponte? A casinha branca, o pátio?
— Lembro da cadeira de balanço...
 Nem sempre as visitas conhecem a propriedade por inteiro, ficam em torno da sede, em volta da churrasqueira e do congelador cheio de cervejas. Acham o cavalo encilhado na porta da casa, volteiam o pátio e se dizem quebrados. Descansam na cadeira do anfitrião, com uma lata de cerveja no colo. O sítio  do cunhado era quase uma fazenda. Terra bastante para criar  cavalo manga larga.
***
Adalberto Lima - trecho de Estrada sem fim...
Imagem: Internet