Sozinho nessa cidade estranha

A solidão bateu em minha porta

Sem querer, deixei ela para entrar

Ela foi entrando aos poucos

Desbravando cada cômodo

Como uma visita chata que não vai embora

O tempo passava

Ela tomava posse do meu minúsculo apartamento

Eu, sem reação, não sabia o que fazer

Totalmente imponente

Começando a me sentir mal

Mas ela apenas estava começando a entrar em mim

Aos poucos senti ela tomando de conta do meu corpo

A minha mente queria acreditar que aquilo não estava acontecendo

Que era só uma visita passageira e já iria embora

Mas no fundo sabia que isso era mentira

Que demoraria bastante para ela desistir

O tempo passava

Eu já estava cego e sem saber o que fazer

Às vezes até fingia que ela não estava

Perca de tempo...

Pois sabia que ela nunca iria embora

Sozinho nessa cidade estranha

Só observando a solidão acabar comigo

Sozinho sem saber o que fazer

Sem nenhum poder sobre mim mesmo

E nessa cidade estranha, a solidão me destruiu