A MARIPOSA
A mariposa da noite vagava pela escuridão.
Perambulava todas as noites com seu corpo
desprovido de roupas.
Em suas vestes curtas de cores vibrantes...
A mariposa seguia com seus adereços
reluzentes... Chamando atenção...
Em suas orelhas, braços, dedos, tornozelos, pescoço e claro, para o seu corpo.
Lá pelas calçadas a onde adquiriu a sua fama
Ela saia deslizando com seu gingado de...
Lado a lado. Ela não via, ou se via não prestava
atenção, mas o tempo lhes escorria pelos
becos do seu viver. Enquanto isso...
As rugas em seu rosto maquiado lhes pareciam como se estivessem tentando faze-la entender.
As pinturas lhes escondiam as preocupações;
E a recordação mantinha segura diante da
esperança e do vazio os quais ela não conseguia
fazer desaparecer. Uma noite ela saiu pelas ruas
Iluminadas da ilusão, contava estrelas e a prata
da lua reluzia em seu coração, Andava que andava e não encontrava nada para aquecer
o seu coração, esse se encontrava interno
sobre frio da solidão. A mariposa da noite...
Diante da questão de que nada tinha, mas
que de tudo precisava, formulou um plano...
Iria cortar as suas asas, corta-las antes
que a juventude se dissipasse e ela fosse
vencida pelo tempo,e os sonhos se acabassem,
e que a vida não pudesse mais lhes oferecer
tanto amar. Foi nesse dia que, a mariposa...
Parou de voar.
Antonio Montes