ORELHÃO
Ali jaz, um orelhão
lado a lado com a primavera
toda cheia de vida, florida
na esquina do milênio com a década
já foi banhado de risos e lagrimas
... Regradas de grande emoção.
Rodeado de flores, muitas flores!
Aquele orelhão...
Já teve pequenas e grandes orelhas
ouvindo sim, ouvindo não...
Timbre aguçado a ouvir, promessas,
bochichos e juras de coração.
Hoje ele é apenas uma peça de museu
ao tempo... Ele que um dia,
moldado pelas mãos, já foi moderno
hoje... Abandonado pelos olhares do
povo, parece invisível ao novo.
Aquele orelhão ali, ao vento e ao tempo,
hoje serve apenas, para desprezo dos
modernos sentimentos.
Antonio Montes