Dr. Serafim - O político maquinista
Ia Dr. Serafim Salgado, sorrateiro pela Rua 25, a cumprir a rotina incansável e nauseante, passava pelo barbeiro, barba e cabelo bem feitos e esmiuçados. Os impostos detalhadamente declarados, não queria problema com a Receita. No seu escritório de advocacia deu baixa, temendo o populacho que vinha perturbá-lo na sexta. Vendeu suas participações na bolsa, antes de terem quebrado a empresa pública, com o petróleo em baixa.
Alugara uma casa de veraneio no Guarujá, para dois americanos que vieram para os jogos olímpicos. Lá tinha piscina e duas quadras poliesportivas. Todavia, na cidade interiorana e bucólica onde ele era prefeito, providenciara uma mangueira na praça. Onde o povo lavava seu jegue, bebia da água não tratada e ainda levava pra casa pra lavar salada, sem ao menos por água sanitária.
Mais tarde era o horário de culto no templo religioso. Parecia algo anglicano, mas era de Massachussets. Eles tocavam um country dizendo: Somos filhos de Jesus Cristo – Qualquer programa de TV com esse transcrito é mera coincidência, viu? Eles tinham preparado um belo desfile para o dia 07 de setembro, onde as moças vestiam-se de Carmem Miranda e os rapazes de Cowboy – um típico Indiana Jones latino.
A filha do prefeito era estudante de Ciências Sociais na Usp. Uma jovem ativista, que liderou o movimento do Passe Livre em São Paulo no ano de 2013. Raquel era filha única, mente ingenuamente revolucionária. Ela por duas vezes participou de ocupações na Reitoria, acreditando que o Executivo, investiria melhor em concursos públicos e aumento de vagas na instituição. Porém, com o novo governo interino, ocorreu o contrário: fecharam o restaurante estudantil, reduziram pela metade funcionários terceirizados e privatizaram o Hospital Universitário, que agora operava em nome da Fundação Melinda Gates.
Já se aproximava outubro, segundo a imprensa chapa branca a cortina da crise se dissipara. Todos os boêmios estavam chegando em casa as 17 horas fatigados de jornada de 12 horas e satisfeitos por serem contemplados com o programa do primeiro emprego. A novela estava mais nordestina do que nunca, teve até um episodio semelhante ao do livro morte e vida Severina. Mas apesar da arte nordestina em alta, quem ganhou mais de verbas do Executivo, para pagar em 20 anos foram os estados de São Paulo e Rio, os motores da economia brasileira, os colégios eleitorais “mais conscientes e decisivos“. As mentes pensantes da intelectualidade contemporânea, foi de lá que saiu o consórcio PTucano, que governa o país há 22 anos e atualmente virou o cartel tucano, já que conseguiu eleger, junto ao camaleônico PMDB, os mais expressivos prefeitos das capitais brasileiras.
Estão de parabéns. Que continuem trazendo os ares de mudança que sempre foi barrado pelos mesmos no Congresso. Digam ao povo que ficarão ameaçando a paz de “supostos” aposentados, lançando gases de efeito imoral nos estudantes das escolas paulistas e abdicando do direito que o Brasil buscou junto ao comércio internacional, já que estão muito satisfeitos com as commodities somente da soja e do café. Felicidades.