A VONTADE DE VENCER II
Conseguira o emprego de secretária e fui contar a meu pai muito feliz, comunicando-lhe que deveria apresentar-me no dia seguinte.
Meu pai revoltou-se por ver sua filha trabalhando fora. Há mais de trinta anos atrás, a sociedade conservadora não olhava as mulheres com bons olhos.
Lembro que meu pai insistiu em levar-me ao emprego. Queria saber como eram as pessoas e o ambiente.
Deus ajuda sempre nas horas difíceis, e nunca perdi minha fé. Para minha surpresa e de meu pai, o ambiente era exclusivamente familiar: encontramos toda uma família portuguesa responsável pela confecção.
Minha alegria duraria pouco, mas pude aproveitar bem os quase quatro meses de trabalho.
Não tendo instrução, meu pai estava no que chamavam uma folha suplementar. Funcionários com baixa ou nenhuma escolaridade só percebiam aumento salarial quando o governo afirmava ter verbas para tal.
Meu primeiro salário de menor era quase três vezes o de meu pai. Paguei logo todas as dívidas da família.
Quatro meses depois, como cursava a Formação de Professor, saiu minha chamada para fazer estágio como professora de ensino fundamental (antigo ensino primário - 1a. a 4a. séries).
Fui muito abençoada. O patrão deu baixa na carteira de uma forma que pude receber muito mais do que teria direito, caso ele registrasse que eu teria pedido as contas.
Resolvi empenhar-me mais nos estudos e aproveitava todas as horas de folga para fazê-lo.
Antes do término do curso, prestei três concursos públicos e fui classificada com ótimo aproveitamento para todos: um para professora do estado, outro para professora do município e um concurso para trabalhar como auxiliar administrativo na Universidade do Estado da Guanabara. Sendo este último, o que oferecia melhor salário, optei por aceitar a vaga.
Meus outros irmãos mais novos já trabalhavam mas pouco contribuíam com meus pais, pois ambos foram pais muito cedo e tinham suas famílias para sustentar.
Como irmã mais velha, continuei assumindo a casa com meu pai, mas também comecei a guardar algum dinheiro porque queria fazer uma faculdade.
E eis que após o término do curso normal, já empregada na universidade consegui inscrição para fazer o vestibular.
Minha vida era exaustiva, pois eram muitas conduções a tomar e costumava chegar muito tarde do trabalho.
Morava no bairro Vista Alegre, estudava em Madureira e trabalhava na universidade no Maracanã. Levantava-me as quatro e meia da manhã e não raro, chegava à casa por volta de uma hora da manhã do dia seguinte.
Ah, eu mal sabia direito o que era dormir.
Meu pai revoltou-se por ver sua filha trabalhando fora. Há mais de trinta anos atrás, a sociedade conservadora não olhava as mulheres com bons olhos.
Lembro que meu pai insistiu em levar-me ao emprego. Queria saber como eram as pessoas e o ambiente.
Deus ajuda sempre nas horas difíceis, e nunca perdi minha fé. Para minha surpresa e de meu pai, o ambiente era exclusivamente familiar: encontramos toda uma família portuguesa responsável pela confecção.
Minha alegria duraria pouco, mas pude aproveitar bem os quase quatro meses de trabalho.
Não tendo instrução, meu pai estava no que chamavam uma folha suplementar. Funcionários com baixa ou nenhuma escolaridade só percebiam aumento salarial quando o governo afirmava ter verbas para tal.
Meu primeiro salário de menor era quase três vezes o de meu pai. Paguei logo todas as dívidas da família.
Quatro meses depois, como cursava a Formação de Professor, saiu minha chamada para fazer estágio como professora de ensino fundamental (antigo ensino primário - 1a. a 4a. séries).
Fui muito abençoada. O patrão deu baixa na carteira de uma forma que pude receber muito mais do que teria direito, caso ele registrasse que eu teria pedido as contas.
Resolvi empenhar-me mais nos estudos e aproveitava todas as horas de folga para fazê-lo.
Antes do término do curso, prestei três concursos públicos e fui classificada com ótimo aproveitamento para todos: um para professora do estado, outro para professora do município e um concurso para trabalhar como auxiliar administrativo na Universidade do Estado da Guanabara. Sendo este último, o que oferecia melhor salário, optei por aceitar a vaga.
Meus outros irmãos mais novos já trabalhavam mas pouco contribuíam com meus pais, pois ambos foram pais muito cedo e tinham suas famílias para sustentar.
Como irmã mais velha, continuei assumindo a casa com meu pai, mas também comecei a guardar algum dinheiro porque queria fazer uma faculdade.
E eis que após o término do curso normal, já empregada na universidade consegui inscrição para fazer o vestibular.
Minha vida era exaustiva, pois eram muitas conduções a tomar e costumava chegar muito tarde do trabalho.
Morava no bairro Vista Alegre, estudava em Madureira e trabalhava na universidade no Maracanã. Levantava-me as quatro e meia da manhã e não raro, chegava à casa por volta de uma hora da manhã do dia seguinte.
Ah, eu mal sabia direito o que era dormir.