Os sinos dobraram acordes tristes
Lila foi embora
Ela cansou do dia a dia e das mesmas coisas a fazer. Cansou de levantar todos as manhãs e tomar café, um pão com queijo comer, cansou de abrir a janela e ver o sol nascer, cansou de tudo que a rodeava e nem no espelho queria mais olhar-se. Andava sem rumo, despenteada, roupas todas amassadas, seu perfume era o de tristeza. Imaginava que nada mais era, apenas sombra desvalida da moça bonita que sempre tinha perfumes de primavera. Amou e foi amada, embora sempre na incerteza se o que possuía era amor ou apenas enganação. Viveu entre luzes do céu e chamas do inferno em vida, já não sabia quem era, a identidade há muito, embora ainda nova, havia sido perdida e com isso nem se incomodou. Seu caminho tinha pedras e não as removia, pisava nelas e sangrava os pés, muitas feridas ali haviam. Não aceitava ajuda e no isolamento ficava. Tomou doses de anti depressivos que mais mal fizeram e acabou entrando em desespero. Um dia, de tão cansada, abriu as asas invisíveis de sua alma e voou. Estava mesmo esgotada de viver e foi-se, mas antes deixou a carta onde tudo contava: sua saga, alegrias e tristezas para que todos pudessem, quem sabe, um dia ler. Só que não, alguém pegou o papel e numa chama o colocou. Lila se foi e nem sua verdadeira história em seu pequeno mundo tatuou.
Lila foi embora
Ela cansou do dia a dia e das mesmas coisas a fazer. Cansou de levantar todos as manhãs e tomar café, um pão com queijo comer, cansou de abrir a janela e ver o sol nascer, cansou de tudo que a rodeava e nem no espelho queria mais olhar-se. Andava sem rumo, despenteada, roupas todas amassadas, seu perfume era o de tristeza. Imaginava que nada mais era, apenas sombra desvalida da moça bonita que sempre tinha perfumes de primavera. Amou e foi amada, embora sempre na incerteza se o que possuía era amor ou apenas enganação. Viveu entre luzes do céu e chamas do inferno em vida, já não sabia quem era, a identidade há muito, embora ainda nova, havia sido perdida e com isso nem se incomodou. Seu caminho tinha pedras e não as removia, pisava nelas e sangrava os pés, muitas feridas ali haviam. Não aceitava ajuda e no isolamento ficava. Tomou doses de anti depressivos que mais mal fizeram e acabou entrando em desespero. Um dia, de tão cansada, abriu as asas invisíveis de sua alma e voou. Estava mesmo esgotada de viver e foi-se, mas antes deixou a carta onde tudo contava: sua saga, alegrias e tristezas para que todos pudessem, quem sabe, um dia ler. Só que não, alguém pegou o papel e numa chama o colocou. Lila se foi e nem sua verdadeira história em seu pequeno mundo tatuou.
26/09/16
Marilda Lavienrose