Análise de Coxinha - Parte II
Centro da cidade de Guarulhos, Heitor sai do ônibus e se encontra com sua amiga Mônica perto da faculdade em que ele havia visto as informações que o abalaram, ela já está à sua espera:
- E aí?
- Mônicaaaaaa, chegou faz tempo?
- Faz uns três minutos!
- Milagre você chegar primeiro, as coisas mudam, heim...
- Deve ser porque eu estou de férias...
A conversa continua até que Heitor para em frente a uma lanchonete, Mônica estranha e pergunta:
- Você tá com fome?
- Tô não, eu já almocei, mas olha aquela coxinha...
- Am, o que tem aquela coxinha?
- Para e olha, ela tá muito encharcada, estraga a massa, tira o gosto da massa, não dá pra comer...
- É, verdade, não é boa não!
Eles andam e depois de uma breve caminhada, outra lanchonete, só que maior que a anterior, Heitor mais uma vez discursa:
- E aquela ali, olha antes que alguém tire do balcão, branquinha, branquinha, diferente da outra, parece seca...
- Se você parar em frente de toda lanchonete pra ficar olhando e vendo defeito de coxinha, mano, eu te largo e vou sozinha lá na loja...
- Não, não, calma, Mônica, é porque é da hora essa parada de analisar as coxinhas, ê coxinhas, larguei de querer analisar as pessoas, dá muito trabalho, elas dão muito trabalho...
- É, isso é fato, mas vamos logo, preciso ver o que vou dar de presente para a Rafa...
O par de olhos pretos de Heitor visualiza um manequim sem roupa na frente de uma loja, porém isso não o intriga tanto como as coxinhas.