Bullying

Mais de 10 anos dentro de uma instituição que orienta suas crianças que o amor é a resposta.

Mas dentre toda essa desconstrução, ainda permanece o resquício da exclusão.

Os dedos apontados e as gargalhadas permanentes.

“Eu não sei porque sou tão engraçado assim, nem piada eu fiz”

Você não precisa fazer graça, é você por si só. Olha o tamanho do seu nariz, olha essas pernas tortas, que engraçado esses seus quatro olhos, de que poço você saiu rolha?

São as brincadeiras ocasionais que se tornam lei, é uma rotina de silêncio forçado.

É o medo de arrumar confusão.

As lágrimas sufocam um sofrimento apelidado de brincadeira de criança.

É o receio de receber o rótulo de fraco, o pavor da reprovação dos pais.

A solidão se faz presente, os estudos escorrem pelos dedos.

As gargalhadas agora também são virtuais. Enquanto isso, a busca incessante pela paz.

A vida se torna uma rua sem saída, não totalmente, pois embaixo da terra sempre cabe mais um.

A morte provocada por quem morre é uma tentativa desesperada de marcar um encontro com a liberdade.

Liberdade essa, que lhe foi privada por “brincadeiras inocentes”.

Brincadeiras inocentes não tiram nada de ninguém, muito menos a vida.

Cuidado com o que é o impulso para o seu riso, o mesmo pode impulsionar o começo do fim da vida de alguém.

Giulia Loverra