INFERNO

Quando pequeno, eu era religioso, nunca entendi o porquê de minha mãe fazer-me ir à igreja todos os domingos. Ela dizia que, se não fôssemos, iríamos pagar pelos nossos pecados no Inferno.

E aqui estou eu, enterrado até meu queixo de mármore chamado Prestações, e enxofre chamado Desamor, à espera dos demônios para que venham logo me atormentar.

Existem vários demônios aqui, ninguém me faz sofrer tanto quanto eles, formados por partes de mim que me consomem todos os dias. Dei a eles nomes baseados nos aspectos que me atormentam: Responsabilidade, Aparência, Caráter, Notas e Medo são alguns deles.

Sinto como se este local fosse composto por átomos que vibram negativamente para formar estes meus pensamentos mais profundos. Curiosamente, inferno significa profundezas.

Hoje entendo o que é o inferno, e que todos têm por natureza o poder de criar seus próprios demônios. Então me pergunto: Será que este tormento é apenas por causa de alguns Domingos?

Gabriel Vieira
Enviado por Gabriel Vieira em 23/08/2016
Reeditado em 23/03/2017
Código do texto: T5736988
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