Nem o mais forte sobrevive.

As mortes precoces são recorrentes. As epidemias cultivadas em espaços onde saneamento básico é luxo, atacam ferozmente aqueles que fáceis alvos são. Apesar dos pesares, e dos pêsames, epidemias são dos males o melhor.

Triste mesmo é observar como Hobbes se faz presente a todo instante, “O homem é o lobo do homem”. Atrocidades feitas de nós contra nós mesmos são tão rotineiras quanto o café quente pela manhã. Inclusive, o tomamos assistindo as notícias sobre elas.

A vida está em promoção há muito tempo. Dá pra parcelar, no cartão e no cheque. Aliás, pode levar de graça. Afinal, diante deste cenário, quanto vale uma vida? Vale o preço do seu celular, ouse não querer entregá-lo.

Não são apenas os objetos que perigam ser tomados. A integridade, a dignidade, a saúde, o amor próprio, a privacidade também perigam. Nunca viu uma mulher andando apressada na rua?

A violência ataca por todos os lados. Estamos sujeitos a tudo, o tempo todo, seja no trabalho ou no lazer, não possuímos segurança plena nem mesmo dentro de casa.

A lei da humanidade tem se tornado a lei da sobrevivência, a mesma que rege a selva, arrisco dizer ainda que muito provavelmente a selva seja aqui. Escrúpulos, respeito, amor ao próximo. Na estante do ser humano, são livros que estão em falta.

É definitivamente a Idade das Trevas, e não me refiro àquela que durou dez séculos.

Giulia Loverra