A cegueira da Ilusão
Quem passava não a notava, não chamava muita atenção, uma pessoa simples como tantas que vagueiam mundo afora, aproximadamente 60 anos, em seu vestido usado e desbotado, cabelos presos, olhos fadigados e sorriso calejado.
Ao contrário das celebridades, políticos e playboys admirados pela massa acéfala do senso comum, ela não era conceituada, não era admirada e não era invejada, poucos aliás a chamavam pelo nome, não havia estudado, não construiu fortuna tão pouco ostentou algum título, para a sociedade sempre foi um apêndice, mas em sua vida sempre foi o coração, não teve dinheiro, mas teve honra, não teve fama, mas teve honestidade, não conheceu o mundo, mas conheceu a compaixão.
Desde pequena sempre foi pobre, porém uma batalhadora, nunca decepcionou ou enganou quem nela confiou, sustentou a mãe doente através do trabalho árduo, não teve filhos, mas cuidou dos sobrinhos, nunca reclamou pelo pouco que tinha, mas agradeceu a oportunidade de estar viva.
Se o mundo não fosse doente uma pessoa assim seria o exemplo, seria admirada, respeitada, mas a cegueira nos impede de valorizar quem realmente precisa ser, nos impede de vermos os verdadeiros exemplos, então trocamos honestidade por dinheiro, carinho por fama e realidade por ilusão.
Esta senhora vale mais que 1000 senadores, 1000 eleitores do PT, 1000 Lulas, 1000 políticos mentirosos e sem escrúpulos, pois ela tem o que lhes faltam.
"O que está acontecendo, o mundo está ao contrário e ninguém reparou?"