POESIA DE FIM DE FÉRIAS*
Onze horas da manhã. Tinha que levantar da cama para fazer comida para seu irmão e descer no cabeleireiro. Sua mãe já havia deixado hora marcada. Amanhã terminavam as férias dos dois. Pois-se de pé e olhou para o menino que brincava no celular. Seis anos e já era fera nos joguinhos. Tirou o pijama e olhou-se só de soutiã e shorts no espelho da porta do quarto. Os meninos já elogiavam seu corpo, mas a barriga lhe incomodava. Merda! Eu já vou fazer quatorze anos! Não dá mais para ser gorda:
"Eu queria ser magra,
mas magra não posso ser.
Pois a comida é uma delicia.
E eu gosto muito de comer!"
Sem parar de jogar seu irmão responde:
"Eu queria ser magrinho
Mas magrinho eu já "ela""
Olhou para ele espantada e depois começou a rir. Pois suas duas mãos na barriga dele e começou a fazer cócegas:
-E isso aqui, hein? É o quê, hein?
-Quaquaquaquaquaqua! Eu sou "maguinho"! Eu sou "maguinho"!
-Vamos, levanta! Vai se vestindo que eu vou esquentar o almoço.
-É foda!
-Onde você aprendeu isso, moleque?
-Aprendi, ué.
-Não pode falar isso, não. Vem logo. Depois de comer a gente vai descer na Silvia. Eu e você vamos descer para cortar o cabelo.
-Posso cortar igual ao Tony Stark?
-Pode, pode. Por que você quer cortar assim?
-Para ficar bonito para Maria. Vou ensinar ela a brincar de "Mocotelo" Fantasma.