O que eu tenho.
Puxa aí uma cadeira... Senta aqui...
Eu queria te perguntar o que está acontecendo, queria ouvir tu lamentares toda a tua dor. Mas tenho medo de não saber o que dizer depois.
Quero dar-te conselhos que não seguirei.
Quero dizer-te o que fazer quando nem sei o que eu faria em teu lugar.
Quero oferecer-te meu colo.
Quero homenagear-te com meu sorriso.
Quero brigar com a vida ao teu lado.
Quero tentar entender isso tudo... ou nada... simplesmente!
Somos movidos pela razão e traídos pela emoção [ou o contrário?]. Vivemos uma luta constante entre o que o coração quer e o que ele precisa. Por fim, a vereda mais exigente é que a tomaremos.
Estou ao teu lado. Vou contigo.
Mas se tu me permites, quero antes conferir o que tens carregando nesta bagagem tão pesada.
Veja bem...
Esta dor não é tua. Deixe-a!
Este problema não é teu. Esqueça-o!
Esta não é a tua vida! E tu precisas viver.
Vamos tomar uma cerveja. Hoje teu fígado não está legal. (Garçom, traga-nos uma coca-cola. Por favor!)
Vou te dar um abraço e esperar que molhe meu ombro com o líquido salgado que te saltam os olhos na calada da noite.
Vou dizer tudo o que fica implícito quando estamos juntas e eu nunca tive coragem de dizer.
Vou segurar a tua mão, olhar teus olhos e dizer um palavrão e pedir que tomes vergonha na casa e esperar a tua resposta. Tu nunca me respondes.
Eu não tenho de ti. Eu tenho medo sim... de que não vivas, não sonhes, não erres, não saias comigo por aí sem rumo.
O espetáculo da vida está te esperando.
O que estás esperando? O que ainda te falta?
Viva! Corra perigo! Erre! Erre de novo!
Tenho quinhentos e setenta e três braços para te segurar.
Tenho quinhentos e setenta e quatro piadas para te fazer sorrir.
Tenho um segredo: sou tua amiga e nunca te deixarei sozinha.