NO DIA QUE URUCARÁ PAROU.

Autor: José Gomes Paes

Em: 01/07/2016

Urucará sempre foi uma cidade calma, pacata, tem um povo ordeiro, amigo e trabalhador, nunca tinha visto Urucará tão agitado, como aconteceu naquele dia.

Nesse dia Urucará parou, foi invadida por policiais armados, com metralhadoras, fuzis, carabinas e outros armamentos de grosso calibre, nunca vistos.

Muita gente pegou sua canoa e barco, remaram para os lagos, afim de se esconderem, outros pegaram as estradas e se embrenharam nas matas, para se protegerem da balburdia que estava acontecendo na cidade.

Foi uma coisa de louco mesmo, parece que estava acontecendo uma guerra, só vista nos grandes filmes.

Havia 02 policiais que foram trabalhar em Urucará, não procuraram fazer amizade com a população, ainda jovens pra frente, começaram a paquerar as garotas da cidade. Um dos policiais começou a paquerar uma jovem namorada de um jovem muito conhecido. O jovem com ciúmes convocou seus amigos para pega-lo e ficaram num bar onde era passagem do policial, quando vinha passando começaram a bater ele saiu correndo, mesmo armado não tinha coragem de atirar, quando iam jogá-lo ribanceira abaixo, eis que apareceu um Senhor (na época havia muito respeito com a pessoas mais velha) e salvou-lhe a vida. Da mesma forma o outro policial foi tratado.

Imediatamente, no outro dia os policiais pegaram um barco e se mandaram para Manaus. Passado uma semana, atracou no porto de Urucara, na ponte de cima, uma lancha da marinha, que fazia viagens pelos rios Amazônicos, conhecida pelos ribeirinhos, toda de ferro, do nome “Pedro Bacellar”, carregada de policiais todos armados de metralhadora a carabina, fuzil, rifle, etc.

Esses policiais desembarcaram da Lancha todos em marcha pelas ruas de Urucará, o interessante é que eles sabiam os endereços dos mais envolvidos na briga e foram buscá-los um por um e os que resistiam apanhavam com tapas, murros e pontapés.

Quando iam passando em frente à casa do pai de um dos filhos que vinham apanhando, alguém na rua foi questionar porque batiam tanto nos jovens, quando aconteceu uma confusão e de repente ouviu-se um tiro, vindo dentro da casa, pegando na perna do oficial comandante da tropa de nome Chumbinho. Todos os policiais ficaram armados apostos, como também, a população, ao ponto de acontecer uma guerra.

Depois disso a confusão cessou e daí partiu-se para uma negociação, quando ficou decidido que o patriarca da família seria detido em lugar de todos os jovens e conduzido a Manaus, onde viajou no Pedro Bacellar, junto com os policiais até Manaus.

Depois ficou preso por 3 meses (não sei exatamente), e depois liberado voltou a Urucará.

Foi um dia de horror nunca visto na cidade de Urucará.

Acho que muitas pessoas ainda se lembram desse dia de cão.

José Gomes Paes

José Gomes Paes
Enviado por José Gomes Paes em 04/07/2016
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