Qualidade do ar
O som da rua, suponho, aguça minha impaciência. São ruídos de carros, ônibus e até pessoas que debocham de outra que estendera o sono ao encosto do banco – soam a mim nocivos, possivelmente ácidos. É cedo ainda para o primeiro café do dia quando chego ao escritório. A manhã está ávida enquanto o ar na copa é um composto hostil, dada a reação química dos resíduos proferidos pelos que já chegaram cedo. Nas falas sinto, por alguma razão, que talvez seja, por fim, minha impaciência, a mesma composição nas substâncias corrosivas que a pouco inalara na rua.