Precioso
Eu observo o brinquedo entrar no jardim. Fico em posição e aguardo. Quando surge a oportunidade, pulo sobre ele. O brinquedo se assusta, tenta fugir, mas eu o seguro pelo rabo e puxo de volta para mim. Dou uma, duas, três bofetadas nele até deixá-lo tonto. Ele se debate e tenta fugir mais uma vez, mas eu o puxo com força e o mordo. Ele começa a gritar até que de repente não grita mais. É nessa hora que percebo que quebrei o brinquedo. Ele não se mexe mais, jogado no chão, mole. Vou mostrar aos meus amigos e ver o que eles acham. Seguro o brinquedo na boca, corro pelo jardim, tomo um impulso e salto para a janela. Estou no batente, dou mais um impulso e estou dentro da casa. Corro por baixo da mesa, desviando das cadeiras e vou até onde meus amigos estão.
- Oi, pessoal. Olha o que eu trouxe – digo entusiasmado.
De repente, todos começam a gritar:
- Não, Precioso!!! Sai!!!
Reconheço os sons. “Não, Precioso” significa que fiz algo errado. E “sai” quer dizer que devo me mandar. Solto o brinquedo e o deixo lá. Corro até a janela, e em dois saltos estou de volta ao jardim. Que pena que não gostaram do brinquedo que levei para eles verem. Tentarei me conter e levarei um brinquedo que não esteja quebrado da próxima vez. Acho que irão gostar. Pulo para o muro e do muro ao telhado. A noite está linda.