Circus Panamericanus
Festa no Coliseu! O suntuoso palco de batalhas épicas totalmente lotado, o público esperando diversão. No centro da arena, bufões e dançarinas entretinham a audiência, já impaciente com o atraso. A festa ainda não começara devido a ausência de alguns guerreiros e da autoridade maior, o Imperador.
Eis que as autoridades, finalmente, chegam à tribuna de honra. O público não percebea chegada da família real. Mas ao soar das trombetas anunciando a chegada da Corte, comoção nas arquibancadas.
Silêncio.
Vestido para a ocasião, com a toga e os louros nos cabelos, ele contempla a multidão.
Sim, o povo o ama.
Enche o peito de ar.
Mas antes que a primeira sílaba fosse pronunciada, a plebe o fez calar.
O vaiou como nunca fizera antes.
Retumbantemente.
Havia algo de podre no reino. Havia?
Desapontado, abaixa a cabeça e sai, acompanhado da comitiva.
Aplausos.
Apoteose triunfal.
Na arena, as delegações desfilam. O povo esquece do Imperador.
O circo está de volta, apesar do pão escasso.