PRESENÇA
Sentou-se calado,
calado ficou.
Conversando com seu relógio,
com a mesa redonda,
com a cadeira ao lado...
Notou que ela ainda não chegara...
Falava consigo mesmo...
Pediu algo...
trouxeram
garrafa e copo...
Ficou frente a frente
com o copo e garrafa,
bebeu longo gole...
Confessou seus pecados,
a botelha bem o ouvia... sentiu-se
perdoado...
Levantou-se ainda mais calmo,
do que era normalmente... e sem
olhar para os lados despediu-se
do lugar...
Atravessou a rua como estivesse
no deserto... morreu atropelado...!
Descaminhou-se dessa vida...
Esqueceu-se desse mundo...
Ainda mais calmo e calado...!