Tudo normal é claro e eu tambem sou

Entre umas viagens e outras.

terça feira 21/setembro de 2010,

aeroporto santos Dumont rio de janeiro

observando o aglomerado de pessoas, notei que a maioria sorria e outros bastante furiosos, talvez pelo atraso nos voos ou por ter perdido as bagagens, o que é bastante comum.

eu também deveria estar furioso por conta de meu voo atrasado, mas um infarto recente me ensinou a ficar um pouco mais na retaguarda.

a constatação surpreendente ainda estaria por vir, depois do embarque fui pra são Paulo e como (não) era de se esperar o comandante anunciou que teríamos que sobrevoar a cidade por mais ou menos uma hora, por conta que o são Pedro não queria que a gente aterrissasse isso sem contar que parecia que estávamos num liquidificador por conta das nuvens de gelo.

nada a reclamar (ainda) lembrava firmemente do enfarto, ( por causa disso nem posso reclamar mais).

mas tudo bem, tudo normal, depois de uma hora enfim veio a ordem do comando pro avião vir pro chão (leia se descer em segurança), como tudo é normal, em são Paulo caia uma chuva torrencial de pedras e estava um frio de fazer um cão vestindo saia gemer.

isso não é bom (mas é normal) lembre se do infarto, agora já no frio, pra chegar ao meu destino era só mais uma horinha de espera do transporte terrestre (ônibus), que nos levaria num hotel bem quentinho lá pelas bandas da av paulista. Enquanto isso me congelava no aeroporto de Guarulhos (Cumbica), mas que todo mundo fala Guarulhos fala, mas tudo ainda é normal hehe, olha o infarto. agora já no transporte terrestre (ônibus) mais duas horas parado no transito bom de são Paulo, (tudo normal e veja, pra isso nem precisava da chuva).

aproveitei que tinha credito no celular e liguei pra alguns amigos em sampa, quem sabe alguma alma boa vendo minha situação sinalizaria com um convite tipo assim, espera que vou te buscar, você passa a noite aqui em casa (uma sopinha quentinha ia bem nesse frio né), e eu economizaria 100,00 reais de hotel só pra dar uma durmidinha, que nem foi tão dormida assim, pois me deram um quarto com vista pra avenida (até que notei um sorriso maroto no rapaz que me levou até o quarto) e o besta ainda falou, boa noite senhor (de novo aquele sorriso). Oh lugar lazarento, uma barulheira do cão, esse povo miserável não dorme e por tabela eu também não.

enfim amanheceu, tomei o desjejum (café) esse sim foi bom aproveitei, misturei tudo, abacaxi cenoura suco de papaia ameixa laranja melancia café, e um suco lá que não notei qual era,

Fui a rua fazer o que tinha de fazer (claro que não fiz) mas tudo é normal,lembre se do infarto, e começa a minha saga, o retorno, metrô baldeação metrô e esperar mais uma horinha o tal de transporte terrestre (aquele o ônibus) que me levaria de volta para o aeroporto de Guarulhos (c-u-m-b-i-c-a) há, há. O voo de retorno estava programado para as dezoito e quinze, e era apenas onze horas, mas vamos lá, toda hora parte um avião quem sabe eu pularia dentro de um e lavaria a alma, afinal com essa magreza seria fácil me levarem, fui no balcão da companhia uma moça muito bonita (que não levou nem dois minutos para ela ficar feia horrorosa) me disse, posso até colocar o senhor (senhor? isso doeu, foi a mesma coisa de me chamar de tio, puta que pariu) no próximo voo se o senhor concordar em pagar uma pequena taxa, ta eu disse, e de quanto é essa (pequena) taxa eu perguntei, ela calmamente me disse, só duzentos reais, estufepado olhei pra mocinha (agora muito feia) e disse é brincadeira sua com o tio aqui não?, novamente muito calma ela disse, não senhor é essa a pequena taxa (pela calma dela com certeza já teve o infarto também) falei, não moça, ainda tenho de pagar estacionamento pedágios abastecer o carro pra chegar em casa e num disponho desse dinheirão não, falei pra ela, de novo muito calma me olho e falou ta bom.

desisti é claro, afinal que seria esperar, seria só uns minutinhos, coisas assim de seis x sete mais quarenta e dois dividido por sessenta, coisa de só sete horas e quinze minutinhos mais os acréscimos do juiz, moleza, só (quatrocentos e vinte minutinhos) tudo normal (olha o infarto) sem contar do almoço no aeroporto que era muito barato (só trinta e dois reais, avemarilda!!!!!, saí lá pra fora para fumar uns dois macinho de cigarro e fiquei de novo a observar as pessoas, de novo uns felizes outros nem tanto e eu claro, nessa hora já fazia parte dos...nem tantos, mas tudo normal o que importa era passar os minutinhos (aqueles).

olhava tudo, mulher bonita, mulher feia, eis que vi dois rapazes parados, um na frente do outro falando no celular, parecia até que iam se beijar, notei que um falava e outro escutava, outro falava um escutava e fiquei intrigado com aquela cena, isso foi mais ou menos vinte minutinhos (é! aquele que eu estava esperando passar), num aguentei e fiz a inevitável pergunta, vocês dois estão falando entre si?

um deles pediu no celular que o outro aguardasse um minutinho, então me respondeu com uma sinceridade invejável, tamo sim sinhô, a curiosidade bateu palma na escotilha e disparei, mas porque cargas d, gua (falar em agua em são Paulo é um perigo, havia me esquecido disso) vocês não conversam normalmente?, ai o outro que pediu pro amigo esperar um minutinho (no celular é claro) na mesma sinceridade do um ele falou, moço nós semos do Piauí e lá não tem celular, e então nós fala aqui entre nós memo, i quando caba o credito nós coloca mais no fim do meis e falamos de novo, assim sei tudo que acontece com ele e ele o que mi acontece né,. Agradeci a colocação sincera e honesta daqueles dois rapazes e resolvi escrever isso, agora aprendi que enfarta só quem quer.

nessa vida tudo é normal inclusive escrever isso, pois assim me ajudou a passar aqueles minutinhos (lembra??) Outro dia conto o resto dessa história no mais agradeço a quem leu essa explanação, se não teve um infarto, é porque você também está aprendendo que tudo é normal, que eu sou normal que você é normal e que somos todos normais. Obrigado... eu não sou malucooooooooooo.