Criança solidária.
Um temporal caiu sobre a cidade. Com ele os velhos problemas dos alagamentos que deixam a cidade caótica no transito acrescido das várias arvores tombadas sobre a rede elétrica.
Do outro lado da cidade a dor era maior com perdas de casas e vidas, embora já tivessem sido advertidas do perigo, mas preferiram apostar na sorte rezando, fazendo promessas aos santos. A chuva nada perdoou, levou tudo com sua fúria indomável.
Nos noticiários cenas emotivas dos sofrimentos dos desabrigados. Os bombeiros ativos na árdua tarefa de resgate de pessoas e dos animais ilhados. Uma cena comoveu a todos na cidade a retirada de uma criança morta em meio à lama. E foi assim, que Raudiney assistia a tudo pela televisão no conforto de seu belo quarto. Viu as pessoas que foram abrigadas nas escolas e tendas feitas pelo exercito. O resgate da criança fez o menino chorar copiosamente, ao tempo que a mãe entrava no quarto e viu o que ele assistia e o consolou.
Na manhã seguinte sem chuva, os noticiários faziam uma geral da cidade com as pessoas desabrigadas e convocando a população para doações de água mineral, agasalhos, remédios e alimentos. Raudiney chamou a mãe e disse, que queria participar da campanha. A mãe o olhou fixamente e aceitou para ir ao supermercado. Feliz ele mesmo escolhia as doações baseado no noticiário. Quando terminavam ele se dirigiu para um balcão, apanhou o arranjo de flores e colocou sobre as compras, aos olhos de curiosidade da mãe.Mas calada.
Saíram em direção a uma das tendas controlada por uma freira. Foram recebidos com sorrisos da assistente social, que muito agradecia a solidariedade do menino, inclusive fez questão de fazer fotos dele no ato das doações. Mas ficou curiosa com o arranjo de flores assim como a mãe. Após a entrega das doações, o menino com as flores na mão, olhou para a mãe e para a assistente social e pediu ,que ela enviasse as flores para a mãe do menino retirado sem vida da lama. Mas a mãe do menino morto estava naquela tenda a poucos metros deles, que foi logo chamada pela assistente para a entrega pessoal. Assim os quatros se abraçaram em meio às lagrimas.Quando um raio de Sol atravessou a lona da tenda os iluminando. Todos ali ficaram curiosos olhando para o teto da tenda.
Toninho.