A IMAGEM IMPERFEITA
o aroma tomou conta da sala, inundou os corredores e chegou até a cozinha. Uma essência de flor trouxe àquele ambiente um abraço da Natureza a todos os presentes naquela sala. Os visitantes tinham a sensação de estar ao ar livre ouvindo os pássaros e o contato com a aurora em um enorme campo verde. O cheiro de rosas envolvia o olfato das pessoas e as embeveciam insistentemente. Luiza chegou. Todos acompanharam os passos daquela super mulher cheia de vida, perfeira e senhora de si. O vestido esvoaçante atraia todos os olhares tanto dos homens, quanto os das mulheres. Os homens admiravam a beleza, a perfeição de um corpo saudável. Mas também um objeto de desejo quase inatingível. As mulheres presentes conservavam aquela imagem feminina como um exemplo perfeito de êxito no trabalho, realização pessoal e bem resolvida sentimentalmente. Todas olhavam Liza como um ser superior vinda de uma galáxia onde nascem seres belos e perfeitos. A sua voz encantava até os mais exigentes críticos de música. As suas mãos brancas e macias acalmavam as pessoas com um simples toque. O seu olhar transmitia uma fagulha de confiança, segurança e sinceridade para as pessoas. A sua boca exibia os mais brancos e belos dentes. Ela tinha uma imagem saudável, sem dúvida. O aroma permaneceu por alguns instantes naquele ambiente. Mas a imagem imperfeita dela veio à tona. Luiza voltou a ser apenas uma simples mortal. Os gritos e palavrões proferidos pela médica do trabalho despertou os seus pacientes de uma espécie de transe coletivo. Tudo passou. O perfume, a perfeição e a delicadeza viraram fumaça naquele ambiente. Que pena!