O velho Peão

De chapéu de aba larga

calça de couro com margaridas,

presa com uma guaiaca

e sua faca atrás na cintura.

Sob as patas de seu cavalo

e no comando das rédeas,

entra em meio à mata

atrás de uma novilha.

Com marcas de telegramas nas mãos,

feitas pelo laço que carrega na sela,

um peão de aparência encanecida e olhar austero,

Ainda com o gosto amargo do tereré na garganta segue à frente da boiada, tocando seu berrante

dando continuidade à marcha, em meio ao estradão.

Barulhos de cascos, roçar de chifres,

gritos de peões, o balançar de sinos dos polaqueiros,

segue a comitiva.

Entre uma parada e outra, continua o trabalho em seu laço, trançando seus tentos, ajeita o arreio no seu cavalo, volta pra lida.

Velho peão não se aguacha

de sair à frente de comitiva,

enfrentar o pó do estradão.

Velho guapa cheio de experiência,

despreza o perigo e a dor,

velho peão...velho rústico.

Maurício Generoso
Enviado por Maurício Generoso em 15/03/2016
Reeditado em 18/10/2020
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