A visita
Custava-me transpor aquele jardim por mais maravilhoso que fosse. Era belo, porém não me embevecia os olhos, que eram tristeza só. Já se aproximavam as 14 h., hora de visita àquele lugar que só abrigava pessoas ansiosas e cabisbaixas. Transpunha o primeiro corredor e minh'alma já começava a chorar em silêncio. O silêncio fala mais alto que muitos falares em conjunto. Nisso, um pássaro amarelinho voou mais alto. Talvez fosse um canário que com seu belo canto me fizesse esquecer as tristezas da vida. Não sei. O fato é que prossegui. Passava pelos corredores e avistava pessoas sentadas: algumas em cadeiras de rodas, outras em bancos de madeira conversando, outras lanchando. Mas o que mais me incomodava e entristecia eram as converas desconexas que ouvia. Eram pessoas idosas que contavam e recontavam suas histórias.Tinham semblantes nostálgicos e olhar vago.
Havia, no entanto, uma senhorinha clara de doces olhos azuis que me conquistara. Dizia ela ter noventa anos. A aparência era de uns oitenta. Vestia-se bem e conversava melhor ainda. Mantinha conversa, enquanto fazia bordados caprichados em espécie de tecido de linho. Perguntou a mim porque sempre ia àquele lugar.
" - Vou ter um encontro com minha mãe adotiva", respondi-lhe. Expliquei-lhe ser ela a senhora que adotara, quando da perda de seu filho único. Nisso aparece Dona Maria da Glória, "minha mãe adotiva". Apresentei-a à senhorinha, porém elas já se conheciam. Maria da Glória fora à guerra como enfermeira da Cruz Vermelha. Era para mim e todos os amigos a nossa referência em costumes , moral , conhecimento da vida e heroísmo. Era com ela que tinha sempre esse meu encontro semanal. Optou por morar em Casa de Repouso porque desde a morte de seu único filho se abatera por demais e não lhe restava mais um familiar em vida. Precisava de sentir-se útil. Assim lá foi morar para conhecer outras histórias e ficar à disposição de novos amigos que conheceria e que precisariam dela.
Maria da Glória, a enfermeira, sempre se fez presente em minha vida de criança. Recompensá-la com meu carinho e atenção , era o mínimo que podia fazer por ela. Daí eu transpor aquele jardim maravilhoso e com muitas histórias, carregando em meu coração um misto de tristeza e gratidão
Havia, no entanto, uma senhorinha clara de doces olhos azuis que me conquistara. Dizia ela ter noventa anos. A aparência era de uns oitenta. Vestia-se bem e conversava melhor ainda. Mantinha conversa, enquanto fazia bordados caprichados em espécie de tecido de linho. Perguntou a mim porque sempre ia àquele lugar.
" - Vou ter um encontro com minha mãe adotiva", respondi-lhe. Expliquei-lhe ser ela a senhora que adotara, quando da perda de seu filho único. Nisso aparece Dona Maria da Glória, "minha mãe adotiva". Apresentei-a à senhorinha, porém elas já se conheciam. Maria da Glória fora à guerra como enfermeira da Cruz Vermelha. Era para mim e todos os amigos a nossa referência em costumes , moral , conhecimento da vida e heroísmo. Era com ela que tinha sempre esse meu encontro semanal. Optou por morar em Casa de Repouso porque desde a morte de seu único filho se abatera por demais e não lhe restava mais um familiar em vida. Precisava de sentir-se útil. Assim lá foi morar para conhecer outras histórias e ficar à disposição de novos amigos que conheceria e que precisariam dela.
Maria da Glória, a enfermeira, sempre se fez presente em minha vida de criança. Recompensá-la com meu carinho e atenção , era o mínimo que podia fazer por ela. Daí eu transpor aquele jardim maravilhoso e com muitas histórias, carregando em meu coração um misto de tristeza e gratidão