A mulher "mágica”
Com olhinhos ávidos as crianças a ouviam atentamente sem perder nenhum detalhe, e, quando ela dizia algo que elas - na inocência infantil-não compreendiam elas imediatamente perguntavam:
-Mas Maria, como ela fazia isso???
Após explicar numa linguagem simples que criança entende e fica com olhar de inteligente como se dissesse:- Eu sabia! Maria prosseguia na narrativa:
““... Ela tinha três filhos: duas meninas e um menino, sendo que o menino era o filho do meio o recheio do sanduíche... Porque “recheio do sanduíche”? - Porque ele por ser o filho do meio tinha a obrigação de ser o melhor dos três para que percebessem que ele existia, senão ninguém sequer observava a existência dele. Continuemos: Ela acordava cedo todos os dias, pois precisava preparar a mamadeira da caçulinha e o lanche dos outros dois mais velhos, pois eles ainda não sabiam fazer isso sozinho. Depois de tudo pronto ela pegava a mais nova no colo, colocava o do meio no carrinho e a mais velha ia andando ao lado dela a caminho da escola...
-Ela conseguia colocar um no carrinho com o bebe no colo?!
-Sim! Conseguia! (Maria sorri e prossegue):
Ela fazia isso todos os dias sem cansar, afinal ela era uma mulher mágica. Ela levou os filhos para a escola sozinha por muitos anos, tinha até pessoas que perguntavam para ela se as crianças não tinham pai, mas eles tinham sim, só que ele não ajudava a mulher nos afazeres domésticos, isso era coisa de mulher e a mulher magica tinha que fazer sozinha.
Quando os filhos dela cresceram. Ela enfim pôde ter um pouquinho de descanso, pois os filhos começaram a tomar conta de si mesmos. Só que: mesmo depois de crescidos eles ainda gritam:
-Onde estão minhas meias?
-Onde está minha carteira?
-Não encontro minha chave... Você sabe onde está?
E “ela” sempre sabe onde está! Sabe por quê? Porque “ela” é mágica!
-Está bem Maria! Mas qual era o nome dessa “mulher mágica”?
-Ah! O nome dela? O nome dela é MÃE!