Sentir
Por hoje o dia para mim, terminou… Tão cansada estou… O que preciso, é ficar estirada, para descansar do tratamento, para esquecer a dor… Dar lugar ao fingimento, e agir como se não tivesse passado nada.
Já em casa, descalço-me, e aninho-me no velhinho sofá, aconchegando-me na também já velhinha manta… O cansaço, é muito, mas a janela sobre mim, “chama-me” para ver a beleza dos elementos da natureza, que lá fora se agitam… Deitada, com a cabeça no parapeito da janela, observo a chuva que cai. Chove a bom chover. Gotas de chuva grossa, caem e na terra vêm morrer. O vento fustiga, as árvores, obrigando-as a “dançar”, pareciam mover suas copas, como se de um corpo se tratasse, de forma cadenciada.
Folhas, ramos pelo ar, no chão vinham perecer, sendo levadas pela água da chuva, que de tanta que é mais pareciam ribeiros de calçada a nascer.
Relâmpagos, cruzam o céu, trovões ribombam no ar, e na calçada da rua molhada e enlameada, sua fúria vêm descarregar… De repente, minha casa tremeu, e eu olhei o céu e um grande relâmpago se “acendeu”, depois aquele som forte, e tudo tremeu e acredito que muitos corações, por ali perto de minha casa, disparassem de medo. Infelizmente, muitos seres humanos, estão sobre o jugo da intempérie que se faz sentir. Mas que Deus, me perdoe, é maravilhoso assistir e ver, a força e a beleza da Mãe Natureza!... Sei que Deus, na Sua infinita misericórdia e bondade, com Seu Divino Manto os protegerá da fúria da tempestade.
Ficaria ali a ver, até que Deus decidisse que aquela “orquestra” terminasse, mas o cansaço que eu sentia, estava a vencer, o corpo levava-me a melhor, pois necessitava de repouso e paz de espírito.
Os olhos começaram a querer fechar, e cada vez mais sentia um peso enorme sobre eles, o corpo mais indolente ficava , o que levou a que eu adormecesse profundamente… Adormeci, de sorriso no rosto, felicidade na alma, senti que a vida pulsa e que o viver não é calmo… É uma peripécia constante…