UMA NOITE DE AMOR MARAVILHOSA.
UMA NOITE DE AMOR MARAVILHOSA.
GAMA GANTOIS
Era uma sexta-feira. Ademir caminhava sem pressa, pela calçada da Cinelândia. Consultou o Rolex no seu pulso. Era muito cedo pra voltar para casa. .Resolveu então, entrar no bar. Queria tomar alguma bebida para relaxar um pouco. Era executivo de uma grande multinacional, e com tal suas responsabilidades eram imensas.
Numa mesa a sua frente, estava uma morena de olhos azuis, expressivos consultando o relógio a todo estante. Dava a impressão de estar esperando alguém, quem sabe um namorado, talvez noivo ou mesmo marido.
O tempo foi passando e a impaciência da mulher aumentando. Então, Ademir resolveu arriscar indo até a mesa da morena.
-Se eu fosse ele não faria uma linda mulher com você ficar me esperando;
- Não?
-Não! Isto é falta de consideração, de educação.
Pronto o gelo estava quebrado. Conversaram horas como se fossem velhos amigos. Chegaram a trocar confidências. Quando chegou à hora da partida, Ademir como um bom cavalheiro fez questão de levá-la até a sua residência. Lea, era esse nome da moça, morava em Vila Isabel, Ademir no Leblon. Como podemos vê bairros bastantes distantes um do outro. Ademir chamou um táxi, pois, havia dispensado o seu motorista e partiu para o bairro de Noel.
Depois desse primeiro encontro, passaram a se encontrar todos os dias, ambos estavam apaixonadíssimos. Seis meses depois estava se casando no civil e no religioso.
Devido aos negócios do marido a lua de mel, foi passada nas Ilhas virgens e durou apenas uma semana.
Terminado o período de gala, voltaram ao Rio para a rotina de ambos A rotina de Ademir era mergulhar de cabeça nos negócios da empresa, chegando à casa altas horas. sempre cansado. O marido pouco ligava pra esposa. Esquecia até as suas obrigações maritais.
Sentindo-se solitária, certa vez, Lea reclamou da vida. Em resposta ouviu do marido:
- Sossega o periquito, mulher. Você tem tudo que uma mulher almeja. Tem jóias caríssimas, perfumes dos mais finos, vestidos maravilhosos, o que queres mais?
-Atenção, carinho,amor.
- Olha, isto é supérfluo,
- E de mais a mais não tenho onde usar as minhas jóias, perfumes e vestidos caros, você não me leva a lugar nenhum!
- você não vai porque não quer. Ninguém está lhe proibindo. Vá. Minha filha. Aproveita enquanto pode.
Lea começou a participar de todas as festas. Enfeitava-se toda e lá ia rumo à gandaia. Só voltava altas horas da madrugada e ás vezes até dormia fora de casa. Ademir nada reclamava. Em certos momentos até demonstrava que além de aprovar o comportamento da mulher, até gostava. Achava tudo muito normal.
Um domingo naqueles raros momentos em que a família estava reunida, Ademir recebe a visita do seu irmão mais velho, Pedro. Este logo a chegada solicita do irmão uma conversa em particular. Então, trancados no escritório de Ademir, Pedro abre o verbo:
Pedro pegando uma caneta pergunta ao irmão Ademir:
- Mano o que tenho nas mãos?
-_ Ora Pedro, uma caneta.
- Ora viva! Já vi que o meu querido irmãozinho não está cego. Mas, se não esta cego só posso admitir que você é corno manso.
_ Que é isto, Pedro? Está me estranhando?
- È seu imbecil. Você não percebendo que a sua mulher é a maior piranha do Rio de Janeiro? O que você vai fazer? Nossa família exige o divórcio imediatamente. È o mínimo que você, meu irmão, pode fazer pra lavar a sua honra.
-Vou ter uma conversa com ela agora mesmo. Será uma conversa definitiva.
-Assim, é que se fala mano velho de guerra.
Logo a saída de Pedro, Ademir chamou a esposa trancando-se com ela no quarto do casal. Diante da mulher foi despejando todo o seu ódio, toda a sua raiva:
_ Que papelão, hein, dona Lea, sua biscateira! Quer dizer que a senhora anda enfeitando a minha testa?
- Olha, aqui Ademir. Já que você tocou neste assunto, é bom ouvir umas verdades.
A discussão poderia ter ocorrido num tom digno. Mas, a verdade era que Lea estava saturada daquela vida, daquele marido, do seu gesto, da sua roupa, da sua pele, do seu modo de andar, falar, dormir. Acabou por descobrir que o pior que pode acontecer a um casal, não é o ódio é a falta de amor, e o amor ali fora embora na lua de mel. Perdendo a serenidade , Lea desabafou:
- Você vive para o seu trabalho, para os seus negócios, mas, o marido é você. Eu sei que você sabe da minha vida de amores fáceis, há bastante tempo. Na verdade você gosta de ser corno, tem prazer nisto.
- Mulher, você está louca? Perdeu o juízo, o respeito?
- Louca? Eu? Ora me faça um favor, senhor meu marido. Quer saber, quer saber mesmo? Vamos lá. Sabe quem foi o primeiro homem com quem transei? Foi com o grande amigo seu, Ariosto. E sabe onde isto aconteceu? Aqui mesmo na nossa casa, nesta nossa cama. Depois não parei mais. Andei com todos os seus amigos. Todos ouviu, seu corno. Era cada um melhor do que outro.
-Piranha!
- Piranha, sim, mas você é corno, nasceu pra isto. Quer uma prova do que estou dizendo é verdade?
Lea começou a se despir lentamente como se fosse uma “stripper” profissional. Quando estava totalmente nua, Lea chamou o marido:
_ Vem cá, seu corno, vem!
Ademir se jogou sobre o corpo desnudo da mulher e beijando seu pescoço, boca, seios- dizia:
- Me chama de corno, amor, chama!
E ela:
Corno, Corno. Meu marido é corno,
Foi uma noite de maravilhosa.