Esse cara se chama Leandro Nogueira Vidile.

Sempre fui de andar por essa estrada, de conhecer pessoas em muitas vertentes, andava pelos buracos suburbanos, pelo obscuro, e interessante cenário underground, foram tantos shows, tantas coisas que aconteceram, mas hoje venho falar de um sujeito que conheci, extremamente inteligente, muito articulado, e que se escondia atrás da lente de seu óculos preto, de sua camisa de banda, geralmente bandas de Death metal, um idealista, que nasceu e foi criado num lugar pobre, distante da figura paterna, distante da tradicional família brasileira, mas que sobreviveu, nos escombros da baixada fluminense, entre seu jogo de futebol de botão, de suas festas americanas, de suas idas e vindas em fotos no cemitério, teve tantos amores, tantas passagens, tantas historias corriqueiras, tantos valores invertidos, tão eloquente com o que dizia, ou com o que tentava escrever, aquela auto afirmação normal na pré adolescência, os mistérios do sexo, os mistérios de sair de casa, morar num porão, viver em um porão, no jardim metrópole, vender pano de prato na feirinha da Pavuna, com o slogan "lava a louça, e seca o pé", das pichações na madrugada no muro dos outros, do jogo de sinuca no fim de noite, do remédio controlado que tomou durante muito tempo, dos primeiros tragos de cigarro, da briga com o professor de química na escola, terminado o segundo grau, a rebeldia tomava conta, tentou ter bandas, mas terminou escrevendo um fanzine, e era um cara conhecido, recebia fitas demos de todos os estados do Brasil, tinha namorada, viciada na época, dormiam na rua, brigavam, ate que uma overdose, dessa namorada, o fez acordar, e ver que era o momento de recomeçar, foram 5 noivados, tantos recomeços, uma infinidade de relacionamentos conturbados, agulhados, alfinetados,

Foram tantos os erros, ate se formar na faculdade privada, depois de alguns sub empregos, inclusive trabalhando num bar chamado fla Rosaly, onde os amigos se reuniam para jogar domino, e fazer churrasco, foram tantos encontros e desencontros, do engenho de dentro a Alexandre Mackenzie no centro, de são João de Meriti, aos 4 cantos por ai.

Foram tantos becos, tantas falcatruas com mulheres, tantos erros, tanta estrada vivida, desperdiçada, que hoje ele depois de uns 100 relacionamentos, assumiu o dom de chefe de família, comprou um carro sedan, esta com quem ama de verdade, e constituiu família.

Esse cara se chama Leandro Nogueira Vidile.

Leandro Vidile
Enviado por Leandro Vidile em 06/01/2016
Reeditado em 07/01/2016
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