NEM TUDO QUE PARECE SER, É

NEM TUDO QUE PARECER SER, É.

Moacir era um canalha da pior espécie. Certa ocasião numa roda de amigos afirmou com toda a convicção da alma e do coração:

-Meus amigos: não existe mulher honesta. Todas elas são adúlteras, eu não boto a minha mão no fogo nem pela minha mãe.E digo mais. Do jeito que o velho, metódico, tradicional e conservador eu não duvido que minha mãe não tenha colocado uns pares de chifres na cabeça do meu pai.E vou mais longe. Em minha opinião, se por acaso ainda existir mulher séria é porque ou ela foi mal cantada; ou porque os valores ofertados foram baixos. Nesse caso, é apenas uma questão de cifra ou de incompetência do conquistador.A conversa foi gerando outros assuntos, sempre sobre a fidelidade do sexo oposto. De repente Moacir é provocado a conquistar Raquel considerada por todos da repartição como a mulher mais honesta, mais séria do planeta, muito bem casada com o Dr. Luis Antonio, Promotor de Justiça. Raquel era tão sisuda, tão séria que mantinha os homens a um distância considerável. Não permitia um mínimo de intimidade. Afastava qualquer hipótese de ouvir uma piada mais pesada, ou mesmo, uma gracinha de quem quer que fosse. Sua postura impunha respeito e olha que era uma linda mulher, bastante jovem beirando cerca de 30 anos.

Provocado por seus amigos, Moacir imediatamente começa o assédio a colega de trabalho, que como era de esperar não cede a cantada do colega. Moacir não desanima. Volta à carga com força total e Raquel continua negando.Teve um dia que chegou ameaçá-lo denunciando por assédio sexual. Mas, uma vez canalha, sempre canalha Moacir continuou tentando. Afinal estava em jogo a comprovação da sua tese a respeito da infidelidade das mulheres.

Dois meses de assédio constantes, finalmente Raquel cede. Moacir narra para os colegas o seu triunfo, sobre a outrora mulher honestíssima. Moacir consegue arranjar com um amigo um apartamento, na Avenida Oswaldo Cruz, uma rua nobre do bairro do Flamengo. Sim, dizia para os amigos; uma mulher como Raquel jamais iria se sujeitar a freqüentar um motel, mesmo que fosse um hotel luxuoso.

Bastante emocionado ligou para a sua futura parceira para combinar tudo direitinho, pois, não queria que nada desse errado. Deu o endereço, acertou o horário e combinou que a esperaria la dentro do apartamento, avisando que não haveria necessidade de tocar a campainha, pois a porta ficaria apenas encostada.

Na hora aprazada Raquel chegou. Tudo saíra como tinha planejado. Raquel achou o apartamento de muito bom gosto. Passada a inibição inicial, a mulher começa a se despir lentamente. A cada peça do vestuário retirada ia deixando a mostra uma parte do seu corpo escultural. Esse ato vai enlouquecendo o nosso amigo que se atira como um furacão em cima da mulher. Esta, o rejeita pedindo que tenha calma. Raquel continua a retirar lentamente a últimas peças de roupas, até ficar em trajes sumários. Moacir louco de excitação se retorcia na cama. Ao vê-la quase nua quase vai ao orgasmo.

Então, num gesto inesperado Raquel estendendo a palma da mão diz:

- Dez mil reais.

- O que?

- Isso mesmo. Dez mil reais é quanto cobro pra trair o meu marido. È pegar ou largar porque não tenho tempo a perder. Hoje ainda tenho que visitar um cliente.

- Surpreso e espantado ao mesmo tempo, sem nada entender, Moacir pergunta se o marido sabia da vida que levava.

-Claro amor. Somos parceiros.Inclusive foi ele quem me trouxe e está me esperando lá no carro, pra me levar para outro cliente.Tudo o que ganho eu lhe dou. Faço questão de ser escravizada por ele. E fique sabendo que somente com ele eu tenho prazer na cama. Só com ele. Os outros homens são apenas negócios. Mas, então, vai pagar ou não?

Desesperado Moacir começou a gritar:

-Fora sua meretriz. Piranha.

- Não antes de você me pagar.

Moacir pagou por um amor que fez. Raquel foi embora radiante conferindo o dinheiro ganho sem o mínimo de esforço em busca de um novo cliente. Moacir ficou no apartamento que não era o seu chorando feito uma criança balbuciando: Eu não disse que não existe mulher honesta?

Gama gantois
Enviado por Gama gantois em 30/12/2015
Reeditado em 02/02/2016
Código do texto: T5495845
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