VALSA PARA VILNA
Uma vez um velho sanfoneiro foi passando pelas trilhas que levava até o pequeno arraial de nome Sapucaia Nossa Terra. Tocava muito bem a sua oito baixos e gostava de fazer amizade por onde passava. Gostou tanto de conhecer o povo daquele lugar que acabou passando a semana toda hospedado na casa onde os músicos ensaiavam.
Entrosou com o maestro da banda e foi logo ganhando o café com broa para a alegria daquela sua primeira tarde que era chuvosa e fria.
Ao saber que uma pequena menina era a quitandeira que não só sabia fazer todas as guloseimas da venda, a qual o maestro era o proprietário, foi logo abrindo o jogo com a maior liberdade, prometendo fazer uma melodia em homenagem ao jantar que ela já preparava para toda a família que por sinal era só ela irmã de vários rapazes.
Durante a semana, o som da sanfona espalhava alegria até para aqueles que não gostavam de música. Tocava e cantava deixando todos felizes ao seu redor.
No dia que o velho partiu, uma folha rabiscada com um poema foi colocado nas mãos da garotinha para que ela ajudasse ele a cantar a letra da linda valsa canção que tinha acabado de compor para ela.
Depois que o velho partiu, nunca mais alguém ficou sabendo para onde ele foi e de onde ele veio.