EMIGRANTES CONTINUAÇÃO DO TEXTO FICÇIONAL CONTO OS EMIGRANTES TERCEIRA PARTE
TERCEIRA PARTE
De várias aldeias de Portugal, de Cambres, Britiande, de Cepões, de Melcões e de Avões e de Alvelos e de outras aldeias e vilas de Portugal emigram centenas e centenas , milhares e milhares de Portugueses à procura dum bom futuro, para terem melhores condições de vida, e melhor nível de vida.
Os emigrantes , como escravos vão para as terras de ouro e Países de prata com almas de vidro e com um coração doce, trabalhar com mãos de ferro e cabeças de cristal.
Joaquim dirigiu-se para os seus colegas, como um pássaro. E disse o José Maria ao Joaquim, que a vida em Portugal, como um inferno não se pode viver.
Então o Joaquim interviu e disse que este País é pior do que uma floresta como um comboio da Régua a fugir.
Mas o Mário apitou desta maneira:
---- A vida está tão cara como num País Capitalista.
Mas o ,Joaquim que em Portugal era carpinteiro, acrescentou:
----- Só desemprego é que existem como praga.
Na realidade, o País nunca houve desemprego, e os Portugueses nunca emigraram, sim porque este País foi um País de sonhos, um País ideal, está-se mesmo a ver não é verdade? nunca houve exploração nem nada que se pareça, os portugueses até eram bem pagos, e quem disser o contrario mente, nem existiam greves é o que eles dizem.
Então o José Maria continuou numa voz monocórdica com um barítono e continuou.
---- Não se sabe, como isto vai parar, a vida cada vez mais a encarecer e os preços a subiram, não sei o que vai acontecer.
Disse o Mário como um homem inteligente.
---- Sei eu, a vida como um inferno a arder, é um bombo de carne a bater, isto é, o que vai acontecer é que assim não se pode viver.
Então retorquiu o Joaquim:
---- Os cafés a subiram, o açúcar a subir , a gasolina a subir, só não sobem os ordenados , temos que ir trabalhar para outros Países, que aqui em Portugal como é que eu posso viver? se eu não ganho o suficiente para viver.