Borboletas no Estômago?

Faltavam ainda quinze minutos para eu chegar, o tempo não passava, o trânsito não ajudava e o ônibus não parava de balançar...

"Meus Deus, como tem buraco nesta cidade!"

O dia estava lindo, as folhas das árvores pareciam brilhar com a luz do sol, os pássaros voavam de um lado para o outro, sincronizados num belíssimo balé aéreo..., em outro momento eu até iria admirar esse espetáculo da natureza, mas agora, bem..., eu não conseguia pensar em mais nada, eu precisava chegar logo, neste momento uma gota de suor frio escorre pelo meu rosto, enxuguei rapidamente, abaixei a cabeça e me encolhi, não queria ninguém me olhando com aqueles olhos de curiosidade, mas no fundo eu sabia que todos ali sabiam o motivo da minha pressa, sintomas típicos, afinal quem nunca passou por isso, não é? Em seguida, mais um solavanco, xinguei pra dentro, pois assim nenhum ser humano poderia ouvir.

"Senhor, me ajuda!"

Olhei no relógio e o ponteiro médio dos minutos havia andado um centímetro; como o tempo não passa quando precisamos; e mais um solavanco, haja paciência, mas agora eu estava perto, espero que ela já esteja lá, dei sinal, logo à frente o ônibus deu uma freada brusca e eu me contorci no ferro, parecia que estava dançando poli dance.

Por fim desci do ônibus, andei o mais rápido que pude e ao longe já pude vê-la...

"Chegamos juntos, graças a Deus!"

Nessa hora ela me viu e esperou,

- Hora, hora, chegando agora?

- Sai, sai, sai mãe...

Corri pra dentro de casa e fui direto ao banheiro...

Não, não eram borboletas no estômago.

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Moises Tamasauskas Vantini
Enviado por Moises Tamasauskas Vantini em 30/10/2015
Código do texto: T5432183
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