Da Sobrevivência do Amor

Já em crise, qualquer coisa é um perigo. Palavras então; nóssinhora!

Foi assim que a flecha do fim (ou seria bumerangue?) me acertou de raspão. Doeu.

Aconteceu quando peguei dois volumes na biblioteca. Um gordão e outro magrinho. Como sei que ela tem preconceitos com obesidade literária, passei pra ela o mirrado. Trata-se de um Manoel de Barros menos pretensioso que plano de governo. Coisa pra ser lanchada, no máximo, em três quartos de hora.

Dias depois avistei o Manoelzinho acuado no canto da cama e indaguei: “Gostou do livro?”. Ela respondeu seca sem interromper suas importâncias: “Não li, eu não gosto de poesia”.

Nossa, doeu mesmo.

O doutor acha que esse amor pode sobreviver?

Fernando Tamietti
Enviado por Fernando Tamietti em 27/06/2007
Reeditado em 04/05/2010
Código do texto: T543033
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