O ÚLTIMO PEDIDO
Atendi aquela ligação sem surpresas. Era Lucia, uma amiga de muitos anos que infelizmente sofria com uma doença terminal.
- Oi.
- Olá, que prazer Lucia.
- Preciso falar com você. Mas, não pode ser por telefone. Venha aqui em casa.
- Tudo bem. Pode ser esta tarde?
- Sim. Te aguardo – Desligou.
Confesso que fiquei curioso, afinal conversava com Lucia quase todos os dias. Ora por telefone, ora pessoalmente. Nossa amizade vinha de longa data. Sempre alegre, bem disposta, amiga. Descobriu a doença num exame de rotina e desde então, a luta pela cura. Porém, de acordo com os médicos, pouco provável. Por isso decidiram que ela ficasse em casa próxima da família.
Naquela tarde, cheguei no horário marcado. Lucia me aguardava na varanda, sentada na cadeira de rodas. Assim que me viu, sorriu e acenou para que eu entrasse. Um beijo no rosto, e fui convidado a entrar. Estranhei o fato de não ter ninguém na casa, mas não perguntei. Alguns minutos de conversa e Lucia segurou minha mão e disse:
- Bruno, preciso muito de você. Por isso te pedi que viesse aqui hoje. Os médicos me disseram que é uma questão de tempo. Por isso confio em você para um, digamos, favor.
Olhei assustado, devido à firmeza da jovem que, apesar de debilitada, falava com clareza e determinação.
- Bruno, vou morrer e não sei quando. Por isso te peço: Faça amor comigo hoje.
Olhei assustado pra ela que continuou:
- Foi pra isso que te chamei. Você é meu amigo e eu não quero morrer sem, antes, transar com você.
Uma situação bem estranha, mas que não deveria ficar sem resposta. Delicadamente peguei o magro corpo de Lucia nos meus braços. Levei-a até a cama e fiz amor com ela intensamente. Lucia mostrou disposição e vontade. Procurei corresponder em cada estação. Ao final, ela me beijou profundamente. Senti quando sua língua se recolheu e sua respiração lentamente parou.