LUKA PEZÃO
Lucas foi um menino muito agitado na escola. Alguns professores acreditavam que ele tinha um déficit de atenção e também com um grau de hiperatividade muito grande. As ações deste garoto variavam de acordo com as estações do ano. No inverno, ele era mais contido, calado e introspectivo. No verão era muito agitado e articulava com outros estudantes várias arruaças e perseguições aos alunos bom de bola. Este garoto sentia-se frustrado por não jogar futebol. O sobrepeso não o habilitava a correr atrás de uma bola. Os quilos extras eram uma consequência dos sanduíches que devorava na cantina de seu Quincas. Por causa desta desilusão, Lucas pichava a quadra de esportes com um idioma e figuras estranhas. O spray de tinta constituía-se o companheiro ideal para ele O seu desempenho nas ciências exatas era sofrível. Quando recebia uma nota sete não cabia em felicidade. As pixações tornaram-se frequentes a cada dia. Lucas riscava as paredes da escola e esvaziava a lixeira por toda a sala de aula. A diretora da escola não entendia como um menino de 14 anos ainda se comportava desta forma. Investigaram o dia-a-dia daquele garoto problemático. Descobriram muitos detalhes da vida dele. A mãe de deste garoto era desconhecida. O pai era alcólatra e não dava a devida atenção ao filho único. Desde criança, Lucas aprendera a lavar as próprias roupas, e cozinhar a própria comida. Ele andava mal vestido e com tênis furado. A casa onde morava estava em péssimo estado de conservação. Há anos não passava por uma reforma. Os gestores da escola chegaram a conclusão que estes fatos motivaram a revolta naquele estudante problemático. Então resolveram ajudar aquele garoto. A diretora associou-se com outros funcionários da escola e comprou cestas básicas, roupas e sapatos novos. Eles também fizeram uma pequena reforma na casa do estudante. Mas nada disto foi suficiente para melhorar o humor do revoltado aluno. Ele continuou com as travessuras até a sua expulsão definitiva da escola. Após vários anos nada mais se ouviu daquele garoto. Certo dia a diretora da escola lia um jornal do dia anterior. Ela descobriu naquela foto das páginas policiais o seu antigo aluno. Agora ele era um traficante perigoso. O nome dele e a fisionomia mudaram com o passar dos anos e tinha um vulgo: Luka Pezão. O repórter policial perguntou o motivo da sua inserção no mundo do crime. Ele disse que as culpadas foram a professora e a diretora que o apelidaram de Pezão. Elas praticavam bullyng com ele na escola perante aos outros alunos. Mas também disse que já nascera com o talento de furtar, roubar e espancar os outros. Ele sentia prazer em praticar o mal. E ainda disse: - Mando um salvo para a diretora. Agora sou famoso. Ô se sou!