É Bonita, é bonita e é bonita - Parte II

O dia parecia tranqüilo até o fatídico momento, aproveitava o feriado para caminhar, indicação de seu médico para aumentar a saúde que já não era a mesma de outrora, mal sabia que aquele exercício matinal indiretamente seria o causador de sua morte, uma estranha ironia que às vezes o destino nos prega, acordou cedo como de costume para um feriado, tinha essa tradição, pois assim aproveitava melhor o dia, vestiu suas roupas, a camisa branca, o boné azul, o short verde, meias, tênis, e não poderia faltar o aparelho de MP3, enfim tudo pronto a diversão iria começar.

Abriu a porta da casa e caminhou em direção ao portão, em um ritmo lento desfrutava daquele momento como se soubesse do que o aguardava, observou o gramado aparado, a bicicleta da filha colocada perfeitamente no lugar de sempre, ao olhar o brinquedo sua memória resgatou o rosto da menina reproduzindo em sua mente os olhos grandes e verdes, os cabelos loiros e a pele clara da filha, sentiu saudades antes mesmo de estar longe, orgulhou-se da organização da garota de 10 anos que sempre “guardava” a bicicleta no devido lugar, automaticamente pensou: “puxou a mãe”, pois ele mesmo era bem bagunceiro.

Na rua cumprimentou as pessoas que ali passavam, Seu Carlos dono da banca de jornal companheiro antigo e animado, ambos proseavam rotineiramente formando uma espécie de mutualismo informativo em que discorriam sobre política, futebol e as novidades literárias de sua banca, passar por ali e ter alguns minutos de conversa com Seu Carlos era o aquecimento para as atividades físicas diárias, um momento relaxante e quase fraterno.

O_Interditado
Enviado por O_Interditado em 17/10/2015
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