AMIGOS
Eram sempre eles: Tibúrcio e Firmino. Dois octogenários. Os dois viúvos. Filhos e netos criados.
Viviam ali, sentados. Na praça da esquina.
Observavam a vida, entre uma partida e outra no constante jogo de damas. De vez em quando um arranca rabos; logo, logo resolvido com sorrisos.
Os que, constantemente passavam, cumprimentavam; acenavam, as vezes paravam e conversavam com os dois.
Até que houve uma manhã que somente Tibúrcio foi encontrado; Firmino, não. Todos perguntaram, até a resposta: "Morreu sozinho, em casa".
Nas manhãs seguintes, Tibúrcio, sozinho e triste, cumpriu a presença de sempre. Tentava um sorriso e outro; convidou alguns para uma partidinha de damas.
Não demorou, até que o sol da manhã descortinou o banco vazio...
Ninguém ousou perguntar. Ficou assim, a lembrança dos amigos. Tibúrcio e Firmino.